quarta-feira, 14 de outubro de 2009

POÇO DE (COM) SARILHO



Quem não se recorda do poço de (com) sarilho?
Os jovens há mais tempo, têm lembranças claras dele!
Havia um em quase todas as casas. Estava ali abraçado pela sua corda a espera sempre de ser desenrolada e enrolada . Quando voltava lá do fundo, o balde vinha cheio de uma água cristalina e até fria. Era a água fresca que ninguém dispensava nos dias de calor. Não se tinha o costume de água gelada. Geladeira quase não havia.
Quando o poço era profundo, a água custava para chegar. Se aproximava à medida que a corda ia sendo enrolada no sarilho. Às vezes aconteciam acidentes. Sem o controle daquele que ia manuseando, a corda se desenrolava furiosamente levando o balde para o fundo, provocando um estrondo lá em baixo.
A água ali era tão parada e tão pura que parecia um espelho. Quando os raios do sol do meio dia penetravam pelas paredes iluminando aquele líquido, parecia um vidro de cristal polido.
Mas a imagem mais fantástica estava reservada às noites de lua cheia. O poço absorvia a luminosidade daquele astro que se deixava fotografar no líquido transparente. Quieto a tê-lo por inteiro.
Não tinha ingredientes para tratá-la. Todos bebiam dela, saciando as suas sedes. Nunca provocava doenças. Nunca faltava.
Os vizinhos sem seu poço de sarilho serviam-se da água daqueles que tinham sem qualquer cobrança.
Nas manhãs de inverno, a água recém-chegada soltava um vapor que aquecia. Bem diferente daquela dos dias quentes que “friazinha”, refrescava.
Poço de (com) sarilho, que desenrolava para buscar esperanças e enrolava trazendo soluções!

3 comentários:

  1. Nossa puxei muita água destes poços e só pra variar derrubava quando estava subindo parecia até por brincadeira, mas como você mesmo disse na volta o balde pesava e a destreza de uma criança não dava conta do balde cheio aí era tentar tirar o balde pela metade algo muito difícil de conseguir. Já levei também com aquela manivela na cabeça muitas vezes pq era cusiosa e enquanto uma irmã pucxava eu queria ver lá dento do poço aquele cristal lindo e iluminado pelo sol, aí já viu crianças em frente ao poço sem um adulto bia coisa não saia. Mas minha mãe colocou tanto medo da gente cair no poço que até hoje não subo um cima de um poço. Na casa da minha sogra a água é de poço e o gosto é outro bem diferente de tudo conto é água que existe Boaaaaaaaa por demais. Apesar do poço ter sido rebaixado e estar em baixo do piso e a água ser puxada de bomba elétrica eu não fico no lugar onde era o poço, vai que o chão desmorona.
    parabéns pelo belo post e por me trazer estas lembranças

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  2. Mas que tema inusitado!! E, para fazer um trocadilho, bem profundo...

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  3. eu me lembro ainda menino; quando não tinha o que fazer que na maioria das não tinha mesmo aí eu inventava de tirar agua do poço eu me lembro que quando o balde ia chegando, eu soltava do sarilho só para escutar o barulhão que fazia batendo na água o balde amassava todo, a festa era boa mesmo quando arrebentava a corda e o balde ia para o fundo.que alegria eu tinha então eu ia no vizinho emprestar o gancho e passava um tempão pescando o balde se eu o pescasse soltava de novo só para continuar a brincadeira, coisa de criança ; quem nunca foi pobre na infancia não sabe o era ser feliz.abçs

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