terça-feira, 15 de setembro de 2009

LIÇÃO


Dia desses fui ao meu cardiologista, numa das minhas consultas rotineiras. Faço isso de forma programada, que é para evitar surpresas desagradáveis.

No meu último encontro havia prometido presenteá-lo com o meu livro de pescarias <>
.

Reservei um exemplar e, caprichosamente, fiz-lhe a seguinte dedicatória: “Dr. Gilberto, cuide bem do meu coração. Sem ele sou um homem morto, eu que preciso tanto estar vivo!”

Leu, ensaiou um riso e me olhando fixamente falou: “Ninguém melhor do que você para cuidar do seu coração!”


Retornando para casa, no caminho, me voltou aquela cena. O Dr. Gilberto está certo! História boba esta de pedir que cuidem do meu coração! O responsável sou eu! O médico tem apenas a missão de consertar os estragos que eu fizer.

Mas depois me veio outro pensamento: que missão estranha essa do médico: localizar os danos e as doenças que se espalham pelo nosso corpo. Receitar para recuperar. Intervir para eliminar. Esparramar esperanças entre os que se desesperam, sempre deixando acesa uma luzinha lá no fundo do túnel.

Pensei voltar e pedir que devolvesse o livro para lhe fazer uma nova dedicatória. Uma que o eximisse de tanta responsabilidade. Não fiz. Guardaria aquela frase para que me mantivesse alerta para a responsabilidade que tenho.


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